Por Tiago Azevedo de Aguiar, Jornalista
Retirado do portal Carta Potiguar
No
quinto ato convocado através das redes e mídias sociais no ano de 2013,
mais uma vez manifestantes escolheram o Via Direta como ponto de
concentração. Mais uma vez o Oligopólio SETURN retirou os ônibus de
circulação com a justificativa de preservar o seu patrimônio. Mais uma
vez se espera que o poder público não permaneça em constrangedor
silêncio. Calada que constrange não os manifestantes – muitos desejam
causar impacto e chamar o pensar das pessoas para a sua causa, que fique
claro, mas a população que tem o direito constitucional de ir e vir
suprimido.
Retirado do portal Carta Potiguar
Engana-se quem pensa que o desejo dos manifestantes é parar as vias
públicas. Até reportagens produzidas pela cobertura dos meios de
comunicação tradicionais, como a TV Globo, mostrou manifestações onde
apenas os ônibus eram parados e tinham as suas portas abertas para os
usuários. Em verdade, este é o ato que enseja a retirada dos ônibus de
circulação pelas empresas.
Mostrar que o verdadeiro dono do serviço público são os usuários e
que as empresas tem apenas a permissão do estado é parte da ação chamada
pelos manifestantes por “Roletaços”. Este conhecimento, que deveria ser
de comum sabença, é um esclarecimento indisponível para os cidadãos,
principalmente para os resignados, que creem que todo o caos urbano é
“normal”.
Em razão do silêncio do Ministério Público, que possui como razão de
ser defender os interesses da população; em razão da simbiose entre
gestão municipal e o SETURN (ao ponto de nas secretarias do município
integrantes do SETURN ocuparem cargos importantes), resta a quem deseja
uma mudança no paradigma de direito à cidade perseguir como enfrentar a
crise das instituições.
Ao gestor municipal, existe um erro tático ao não abrir diálogo. As
instituições como os conselhos podem ter representatividade social, e
não ser um simples penduricalho. Uma Conferência Municipal pode ser
convocada e dar possibilidade para a população opinar sobre questões
como o transporte público ou sobre os impactos das obras ao Parque das
Dunas.
A questão é:A quem interessa a falta de diálogo?
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