quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Campo Democrático e Popular entra na Articulação de Esquerda

O Campo Democrático Popular - CDP, coletivo que reunia diversas lideranças do movimento social da cidade e do campo, militantes e dirigentes partidário do Estado do Rio Grande do Norte que durante o PED - Processo de Eleição Direta do PT, construiu com outras forças políticas a Chapa "Novo Tempo" que tinha como candidato a Presidente Estadual o dirigente Olavo Ataíde e nacionalmente estava compondo a Chapa a "Esperança É Vermelha" que apresentava a candidatura a presidência Nacional do PT, o Valter Pomar.

Após um processo de mais de seis meses de debates, discussões programáticas e de intervenção coletiva no PED, a militância do CDP, em conjunto, decidiu pela entrada individual na corrente Articulação de Esquerda - AE. Com sua base social e parlamentar imbuída a oxigenar o campo da esquerda no estado e colaborar para o crescimento da tendência no Rio Grande do Norte e no Brasil.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Agora é dar continuidade

Nos dias 22 e 23 de Fevereiro, na cidade de Mossoró, a Articulação de Esquerda – RN realizou seu 4º Curso Estadual de Formação Política. Ao todo 35 companheiros e companheiras participaram da atividade.

Na grade do curso estavam “A História da Luta Pelo Socialismo no Brasil; História do Partido dos Trabalhadores e da Articulação de Esquerda e Estudo das Resoluções da AE”.

Agora é dar continuidade e organizar, desde já, o 5° Curso Estadual de Formação Política e incentivar a participação de nossa militância na 13ª Jornada Nacional de Formação Política da Articulação de Esquerda, que será realizada no Ceará, em julho.


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Cobertura de imprensa sobre os debates de Assistência Estudantil da UNE na UFERSA

"Jovens do Movimento estudantil de Mossoró recebem visita de representante da Une", é o título da reportagem realizada pelo Portal TCM, em entrevista com o companheiro Patrick Campos Araujo, diretor de Assistência Estudantil pela Reconquistar a UNE (Campo Popular) realizada em sua visita ao campus da UFERSA.
Confira abaixo a matéria:

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

4º Curso de Formação da AE-RN

A Articulação de Esquerda – AE, tendência interna do PT, realizará o seu 4º Curso de Formação Política nos dias 22 e 23 de fevereiro de 2014, na cidade de Mossoró.

A coordenação geral da jornada é dos companheiros José Barbosa de Assis (barbosa.assis@bol.com.br) e José Gilderlei Soares (jgilderlei@hotmail.com).

Objetivos:
1. Integrar os militantes da AE/RN, destacando a dimensão educativa de sua ação militante;
2. Refletir sobre a dinâmica da realidade e seus processos de transformação;
3. Resgatar e discutir a trajetória e o significado do PT, da AE e dos Movimentos Sociais Populares na realidade brasileira;
4. Aprofundar o sentido e os instrumentos da formação, como parte integrante da nossa militância.

Programação:
22 de fevereiro (sábado)
09h00min–Acolhimento e dinâmica de apresentação.
10h00min -História da luta pelo socialismo no Brasil
Facilitador: José Gilderlei Soares
12h00min - Almoço
14h00min - História do PT
Facilitador: José Barbosa de Assis
16h00min - Intervalo
16h30min – História da AE 18h00min – ENCERRAMENTO DO PRIMEIRO DIA

23 de fevereiro (domingo)
09h00min - Estudo de resoluções da AE
Facilitador: José Gilderlei Soares
12h00min –ENCERRAMENTO DO CURSO

LOCAL: sede do SECOM situada na Rua Jerônimo Rosado, 313 – Centro, Mossoró/RN

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Muito debate em Mossoró

Patrick Campos Araújo, membro da direção nacional da Juventude da Articulação de Esquerda – PT e Diretor de Assistência Estudantil da União Nacional dxs Estudantes (UNE), viajou nesta segunda-feira a Mossoró para uma agenda de atividades partidárias e também estudantis.

Sua vinda ao RN e a Mossoró veio no intuito de articular a nova militância de Mossoró da Articulação de Esquerda, tendência do Partido dxs Trabalhadorxs. Foram reunidas pessoas do movimento estudantil ufersiano, bem como representantes do mandato do Vereador Luiz Carlos, que discutiram a construção histórica do partido e da tendência, além de discutir as orientações militantes sobre a análise de conjuntura do coletivo para o ano de 2014.

O debate foi frutífero e lançaram perspectivas sobre a necessidade de se aprofundar os estudos sobre a conjuntura do Partido e do Governo, ante as questões postas para ao longo do ano. A articulação com a tendência de maneira mais orgânica é fundamental para se identificarem os espaços a disputar e como fazê-los, dentro e fora do partido. As afinidades políticas foram estreitadas e a proposta de discutir o PT e a sociedade foram um convite aberto a participação mais efetiva da militância.

Ademais, o Diretório Central dxs Estudantes aproveitou sua presença e promoveu um debate junto à base sobre a política de assistência estudantil pensada pela UNE para o ano de 2014, além de discutir a conjuntura política do movimento e quais os apontamentos para a atuação das entidades junto a Universidade.

Houve ainda a tentativa de articulação com a Pro Reitoria de Assuntos Estudantis, mas devido à incompatibilidade de agendas, não foi possível.

As políticas de assistência são tópico extremamente sensível para a realidade da Ufersa, bem como a de todas as demais IES do país, pois o aumento de vagas e as políticas de ação afirmativa demandam mais estrutura e políticas públicas.

Não basta ingressar na Universidade, há que se criar condições adequadas para a permanência dessa população dentro dos cursos. A demanda por políticas permanentes, como Restaurantes Universitários, Residências Acadêmicas e Creches é pungente, como são, também, as bolsas dos mais variados caráteres.

A necessidade de se aproximarem as duas linhas de assistência estudantil é nítida. Há muito ainda que se investir em bolsas, mas sem perder de vista estruturas mínimas de acomodação dxs estudantes na Universidade. Entendemos que para, além disso, a necessidade de acompanhamento pedagógico deve ser intensificada, para contribuir com a permanência do estudante nas graduações.

A capilarização da UNE trazendo o debate da Assistência Estudantil é crucial para a realidade dx estudante Ufersiano, uma vez que temos uma instituição em expansão, contando atualmente com quatro campi, que demanda um cuidado extremo com essa pauta. A instalação dos Restaurantes Universitários, das novas residências, quer seja no campus de Mossoró ou nos demais, carece de olhar próximo de todo o Movimento Estudantil. A luta por melhores condições nas IES brasileiras sempre foi protagonizada pela militância estudantil, logo, a articulação estabelecida com a nossa maior entidade representativa dá um novo ar à bandeiras tão antigas.

Rayane Andrade – militante da Articulação de Esquerda, tendência interna do Partido dos Trabalhadores, coordenação executiva do DCE/Ufersa – gestão movimente-se 2013/2014

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Página13 nº 128 fev 2014

O melhor ainda está por vir

No dia 10 de fevereiro de 2014 o PT comemorou 34 anos. A data foi motivo de festejo em todo o país. E com razão. Apesar dos caminhos tortuosos, dos momentos difíceis, dos erros, derrotas e decepções, predominam as razões para termos orgulho do PT.

Em ato organizado pelo Diretório Nacional e realizado no Anhembi, São Paulo, as lutas pelo fim da ditadura militar, pela democracia, pelos direitos dos trabalhadores, pela soberania nacional e pela igualdade foram lembradas.

Mas quem prestou um pouco mais de atenção conseguiu perceber que nessa construção da memória e do significado de nossa trajetória partidária realizou-se um duplo movimento.

Por um lado, buscou-se projetar no presente lutas e bandeiras que, na verdade, com o tempo, ficaram no passado. Afinal, não podemos mais afirmar que hoje o PT combate a forma tradicional de fazer política tal como combatia antes. Muito daquilo que condenávamos nos outros, passou a fazer parte de nosso cotidiano. Qualquer análise minimamente séria sobre o modo como vem acontecendo o Processo de Eleições Diretas do PT (PED) reconhece que foi incorporado e generalizado no interior do partido práticas degeneradas de manipulação política, próprias das democracias liberais burguesas.

Por outro lado, tentou-se projetar no passado lutas e bandeiras que, na verdade, surgiram posteriormente e passaram a fazer parte do presente. Afinal, o que hoje se chama luta pela “cidadania”, antes se chamava luta pelo “fim da exploração”; o que hoje se chama “criar oportunidades para todos”, antes se chamava “acabar com as desigualdades”; o que hoje se chama “desenvolvimento com inclusão”, antes se chamava “programa democrático-popular”; o que hoje se chama “construir um país de classe média”, antes se chamava “construir um país socialista”.

Aparentemente, os dois movimentos são contraditórios: enquanto um traz o passado para o presente, o outro leva o presente para o passado. Porém, ambos compõem um mesmo esforço retórico de afirmar que, apesar de todas as mudanças, ainda somos os mesmos.

Ao optar pela ênfase na continuidade, não na transformação, e ao deixar de indicar precisamente o que sofreu mudança e o que permaneceu o mesmo no PT, o sentido geral do ato parte de um pressuposto falso e tem uma orientação política implícita: o desafio dos próximos anos é fazer a mesma coisa que fizemos nos últimos 34.

Ao defender o partido e o governo dos ataques de quem considera esgotado o ciclo do PT no Brasil, Dilma afirmou que o “modelo” adotado nos últimos 11 anos mostrou que funciona bem tanto em épocas boas quanto em épocas más. Com outras palavras, a presidenta disse que o modelo não precisa de ajustes, pois é muito versátil.

Mas diante disso, surgem algumas questões. Mantido inalterado, será que este projeto “ainda tem muito o que render para a juventude e as próximas gerações”, como afirmou Fernando Haddad? O modelo, tal como está, é capaz de “aprofundar as reformas democrático-populares”, como enfatizou Emídio de Souza? Sem mudanças, seria possível um segundo governo Dilma “com novas e maiores conquistas para o povo brasileiro”, como defendeu Rui Falcão?

Rui Falcão acertou quando afirmou que nas Jornadas de Junho o povo clamou por mudanças, mas por mudanças com Dilma; assim como acertou a própria presidenta ao dizer que no ano passado “ninguém pediu pra voltar pra trás”. Contudo, não se extraiu desta análise todas as suas consequências, a saber: se quiser realizar as mudanças profundas que o povo deseja, o PT não pode ficar refém do mero continuísmo.

Primeiro, porque se o modelo foi construído tendo em vista um país de classe média, para quem os serviços de saúde, educação, segurança e transporte são obtidos na iniciativa privada, então dificilmente ele servirá para construir um país em que as políticas sociais e os serviços públicos são gratuitos, universais e de qualidade para todos.

Segundo, porque a resolução dos problemas evidenciados pelas Jornadas passa pela realização de reformas estruturais (política, tributária, urbana, agrária etc.) e pela democratização da comunicação, o que exige um grau de enfrentamento com interesses das classes dominantes que o modelo atual não é suficientemente versátil para promover e suportar.

O que o PT já fez é suficiente para nos orgulharmos. Mas, como um mantra contra a soberba, durante o ato se falou reiteradamente que ainda temos muito o que fazer e que o que fizemos foi só o começo.

Portanto, o melhor ainda está por vir. Resta saber se será suficiente traçar uma linha de continuidade entre o passado e o futuro ou se o presente está nos exigindo mais do que o nosso passado pode oferecer.

Os editores & Rodrigo Cesar

 Página13 nº 128 fev 2014 PDF

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Em busca de coerência

Por Bruno Costa* e Daniel Valença**

O PT é o maior patrimônio construído pela classe trabalhadora brasileira após a 2ª Guerra Mundial e após as ditaduras instaladas no Brasil. Surgiu numa conjuntura de refluxo das forças socialistas em nível internacional, pouco antes de Fukuyama “decretar” o fim da história. Ainda hoje, apesar dos pesares, o PT se mantém como antítese diante do imperialismo neoliberal, lidera um governo de ampla coalizão que referencia o Brasil no cenário internacional como território contra-hegemônico e divide a história nacional em dois momentos bem distintos.

Em tese, o Partido dos Trabalhadores continua impulsionando debates e agendas extremamente importantes para a radicalização da democracia brasileira, como a reforma tributária com taxação de grandes fortunas, reforma agrária, reforma política e democratização da comunicação. Na prática, após 10 anos de governos liderados pelo PT, as reformas estruturais permanecem travadas, reféns de um parlamento no qual a direita ainda possui hegemonia e de uma tese hegemônica no interior do próprio PT, segundo a qual a aliança com setores da burguesia é necessária para a continuidade da agenda desenvolvimentista e socialmente referenciada, pois o contrário seria permitir o retorno ao passado neoliberal.

Sendo assim, setores dos movimentos populares, trabalhadores e juventudes deixam de acreditar no PT enquanto instrumento classista, revolucionário e capaz de construir uma transição ao socialismo democrático no Brasil. O partido que estrelou as praças e avenidas brasileiras na luta pela redemocratização e contra o neoliberalismo tem se transformado numa máquina eleitoral, num partido da ordem, incapaz de representar a dor e a utopia de lutadores e lutadoras do povo.

Num lampejo de reflexão e autocrítica, a direção nacional do PT e a presidenta Dilma perceberam a necessidade de convocar a sociedade a debater uma ampla reforma política, capaz de reduzir a interferência do poder econômico no sistema político e eleitoral brasileiro, de fortalecer os partidos e seus programas, de ampliar compulsoriamente a participação das mulheres, bem como de efetivar instrumentos de democracia direta para dar vez e voz à maioria do povo brasileiro, que hoje é sub-representada no Congresso Nacional em virtude da mercantilização da política.

Mas como defender uma reforma política que caminha na contramão da democracia burguesa e importar um modelo semelhante de democracia para a disputa interna do Partido dos Trabalhadores? O poder econômico não interfere no Processo de Eleições Diretas do PT? O que prevalece é o debate político democrático entre as diversas correntes de opinião que constroem o PT ou o processo de filiação em massa e de transporte de eleitores no dia da votação que define as novas direções e diretrizes políticas do partido? Queremos um partido de milhares de militantes organizados nas instâncias de base e nos movimentos sociais ou queremos um partido de milhares de indivíduos - na melhor tradição liberal – filiados, exercendo apenas a escolha de seus representantes sem, frequentemente, conhecerem as plataformas políticas de cada chapa?

Não há mais como se orgulhar de um instrumento que teoricamente representa uma inovação no que diz respeito à democracia interna dos partidos de esquerda, que teoricamente empodera a militância partidária, quando na prática representa o esvaziamento do debate, a mercantilização da disputa e o enfraquecimento do PT enquanto instrumento vivo de disputa política e ideológica no interior da sociedade. É a democracia liberal representativa – aquela que esvaziou o conteúdo da palavra democracia – no PT. Contra ela lutamos no cenário político nacional e contra ela devemos lutar no interior do PT. Estamos convictos de que a militância do PT se encontra diante de duas possibilidades: ou acaba com o PED ou o PED acabará com o PT que, ao menos etimologicamente, significa partido da classe trabalhadora, democrático, de massas e instrumento rumo ao socialismo democrático.

*Bruno Costa, secretário de juventude do PT/RN, militante da Articulação de Esquerda, tendência interna do Partido dos Trabalhadores.
**Daniel Valença, professor da Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA, militante da Articulação de Esquerda, tendência interna do Partido dos Trabalhadores.